Levanto chuva
Fresta na janela de manhãzinha
Venta lá fora
Bom dia para vôo
Mas as ruas estão cinza
eu pensei que eu podia colorir o mundo
Há muita fumaça
Absorvo todo o ar insalubre
não há o que fazer
eu estou condenada a girar no vácuo
sem nunca tocar o chão ou o céu
Eu sou o pedaço de um tudo
sem compasso
sem tempo
não tenho tom
nem nota pro meu som
durmo nublada
deito no vazio
coberta pela solidão
sentindo o corpo úmido
as asas se molharam pela manhã
novo
dia
meu eu lírico acorda gripado
Você também é fantástica Tay... um primor ("eu lírico gripado")
ResponderExcluirUm beijo.
Bem sacada essa do eu lírico gripado. Belíssimo texto, parabéns! Um abraço.
ResponderExcluirhttp://submundosemmim.blogspot.com
Maravilhoso o final. De vôo em vôo a gente se encontra um dia. Não é preciso colorir o mundo, o bom mesmo é ter em si todas as cores, e pintar os próprios olhos com as que melhor te aprouverem. O segredo são os olhos. E eles não gripam.
ResponderExcluirBeijoca, Flor. Lindo, lindo tudo aqui.
Obrigada pelo afago de sempre, viu?
Lindo.[Como sempre]
ResponderExcluirA poesia é o placebo.
De dose em dose incuravelmente melhor.
Repouso e chá para seu eu lírico, querida.