quarta-feira, 29 de julho de 2009

Aumenta... O infinito!


Sonhos não são vaidades!
Sonho ainda que só
tesourando papéis
fogarando retratos
que (a)notam tristeza.
A tristeza é ponte
não é extremo
é casa cheia
e coração vazio
é copo amargo
pra se beber numa só golada
e jogar água por cima
derramar
deixar cair
fazer tempestade fora do copo
dentro de mim
pra levar
limpar
brincar
com o que for ruim
amplia a amplidão
e jorra mais água em mim
gota a gota não
joga o balde
a bacia
joga o mar pra não virar sertão
sertão certo
(in)certo
em ímpeto!
ai é deserto
danço só
e sonho!
Ahh vento incessante
quero ver fazer voar os meus cabelos!
se voa eu acompanho
mas os ventos levam
e eu me prendo
estendo
os meus varrais
incoerentes
incoerência
falta alma!
Mas que alma equivocada
se lava
se varre
se voa
se fecha
e não abre!
não abre mão de sonhar
Sonhos são portas
janelas d' alma
estrada da vida
motivação
agora vai...
AMPLIA A AMPLIDÃO!

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Antiquariadequado


Ainda anda comigo o mesmo all star velho e sujo, umas pulseiras que me adotaram e minha mochila sempre bagunçada, com papéis amassados e a agenda lá no fundo, jogada. Continua em mim a velha mania de sair atrasada e deixar a memória em casa. Minha mãe sempre a me xingar por não acordar mais cedo e eu continuo não gostando de comer de manhã. Ainda gosto das surpresas simples, do abraço amigo e do bom dia. Continuo com a mania de andar descalça no frio e de ficar até tarde na varanda só pra ver o sol se por e a lua surgir, até ser chamada pra dentro com um carinhoso: "você vai ficar resfriada". É, é bom perceber que algumas coisas continuam as mesmas, que eu continuarei a ser a "garotinha do papai" por um tempo indeterminado. Mas o meu all star às vezes grita de frustração e a bate meus pés segundo, segundo no chão. As pulseiras se tornaram essenciais e a mochila, horas, não suporta a bagagem, preocupações, problemas, frustrações, escola. Tem hora que a memória não permite ser deixada em casa e até aí, minha mãe já está muito estressada. O estômago às vezes sente falta, e eu realmente fico resfriada. Ahh, e aí a lua me lembra que o sol sempre volta, e são nos momentos em que eu estou mais estressada que meus amigos me surpreendem pela alegria sincera e simples do bom dia! Aí o dia fica quente. Eu continuo a mesma, algumas coisas é que não mais me pertencem, ou me esqueceram, como o amigo que fazia poesias comigo. Sinto falta de tudo o que um dia já foi meu, meu amigo, minha avó, meu caderno rabiscado, meus poemas rasgados. É a roda da vida, as coisas não acabam, tudo continua vivo. Como os vícios, as coisas dormem, e continuam a espera de quem as desperte.

domingo, 5 de julho de 2009

A lâmpada esfriou
Vela acesa
Chama inconstante...
Tentam me pisar,
eu sei.
Meus pés se cansaram de caminhar sem rumo,
Estão tentando apagar meus sonhos
mas a luz que incide sobre eles é como a luz que apaga a escuridão.
Quero sair daqui.
Eu preciso fugir pros montes,
para minha casa de madeira e pro meu coração.
Para sentir bater, sentir esquentar...
Para esfriar o inverno dentro da minha cabeça.
Para cessar a tempestade que estacionou sobre mim.
Afim de que eu me lembre que não deve-se deixar de sorrir.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

A presença da falta

Será o sopro que me tornará o que não fui?
e o que me fará entender
que o que não me cabe é pouco?

O pouco que me falta nesse instante é tudo...
A volta da âncora que não deu partida...

Não quero os meios,
pouco lembro o princípio,
embora me lembre rindo do que não tem graça.
A lucidez da alma apaga os fins.
Não há justificativa que preencha espaços.
Espaços só são preenchidos com presença .
Presença assimilada.

Como pode ser o que não existe?
Se o fácil coexiste no concreto, abstraio!
O infinito espaço não aceita passos falsos,
Fala a complexidade de sentir,
que o simples está envolto de complexidade tamanha
que só enxerga a distância do ser.
Não se ultrapassa!
Cansei de tudo o que dói sem atravessar.