quinta-feira, 21 de maio de 2009

Benevolência à vida



A chuva que recebeu parecia um mar.
Na curta tentativa de se manter quente a cor
na extremidade do movimento
perdeu-se no seu labirinto repleto de vento.
Estrelas caíam
Poeira sobrava
Seu corpo nem via
Que a cada manhã o sol sorria.

Foi maré brava
com nuvens negras
a atormentar o espírito.
Triste, sombrio...
Incauto!
Foi tanto insistir em um alto sonho com asas
que parado estava,
mas ao se aproximar,
voava.
Levava consigo o céu, as rosas e o sorriso.

Mas no tumulto dos dias,
em águas frias
seu corpo melancolicamente se jogava.
Até se acostumar com o frio
e no fim, se reduzir na cama e se afogar em lágrimas
tão quentes quanto o vazio que sentia.

Colocou em fuga noites douradas,
céu azul e as flores que lhe roubaram.
Um inferno distinto e frio.
que vai sempre rodar até desequilibrar.
O pensamento na direção do náufrago irá
em fluídos.
O embalo do sonho se desconfigurará
em nuvens densas
onde o calor não encontra lugar.

São todos fantasmas inertes a desembarcar
Mas sem nem pra sombra mais olhar,
ás vezes no além pode até a encontrar
já que essa vida se põem a rodar.
Ainda assim,
lá estará a remar o barquinho da vida
sem âncoras
Só a velejar...

Seu corpo todo poesia será!

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