domingo, 25 de abril de 2010

Para Ágata


À cada nascer do sol
um novo tom de vermelho
balbucia que é preciso sentir os amarelos
como giram
só(is)
mas não cessam
de brilhar
Eu também (re)nasço cada dia
quando deixo os olhos mergulharem
no infinito...
Eles gostam de observar
a espuma se misturando com o vento
cheio de sal e açucar
com cheiro de infinito
e à nível do mar.

ps: imagem e poema dedicados à Agata, que encheu meu abril de poesia e novos olhos.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

[Es]correr

...

A água que escoou
já não volta.
E tudo o que o vento arrastou para bem longe
só vai servir para empoeirar as prateleiras da memória.
Eu preciso escutar a voz que me cala
e sentir o silêncio invadir o tumulto dos dias.
Buscar tudo e nada
para fazer navegável
esse mar brusco que me tornei...
Acalmar essas ondas que insistem em quebrar na orla.

...

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Chuva e Fumaça


Levanto chuva
Fresta na janela de manhãzinha
Venta lá fora
Bom dia para vôo
Mas as ruas estão cinza
eu pensei que eu podia colorir o mundo

Há muita fumaça
Absorvo todo o ar insalubre
não há o que fazer
eu estou condenada a girar no vácuo
sem nunca tocar o chão ou o céu

Eu sou o pedaço de um tudo
sem compasso
sem tempo
não tenho tom
nem nota pro meu som

durmo nublada
deito no vazio
coberta pela solidão
sentindo o corpo úmido
as asas se molharam pela manhã

novo
dia
meu eu lírico acorda gripado