segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Que ter lugar é não saber onde e como...


Poltrona vazia, discos arranhados,
O menino acha que está em seu lugar e leva o medo pelas mãos
A sala vai desabar, a casa ruir, o chão já tão cheio de pó, desaparecerá.


Eu quero desatar o nó dos encontros e me enlaçar fora dos trilhos,
desencontrar o trem de todas as estações.




Os vagões do tempo ainda correm na sua direção
Para, olha, escuta, sai do chão.
Larga as malas, a poltrona, abre as mãos.


Salto bem forte, deixo os pés fora do ar
Silêncio... o vento a me contar o caminho,
Saturno quer por seus anéis nos meus dedos...
me prometi aos mistérios do mundo.




A vitrola diz: " Eu sou a chuva que lança a areia do Saara"
E tudo gira, dança, canta! Mato, vento, fogueira, rio...
O garoto pega na mão os espinhos, floresce a alma, brinca de bola de sabão.
Poltrona vazia, discos arranhados... quem é que sabe, exatamente, onde está?
Enfim... as coisas estão em seu lugar.

Um comentário:

  1. que maravilhoso! *----*
    não tem mesmo sensação que se compara a essa, de ter cada coisa em seu lugar, mesmo que por fora esteja tudo meio chacoalhado.

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