sábado, 5 de junho de 2010

Estados e mar


E veio o vento.
Arrastando o que insiste em ser parasita
das palavras
dos sonhos
das vidas
que não são suas.

E caiu a chuva
Mandando pra longe o que não tem raiz
limpando seu corpo
do que está mas não é.

Então se tornaram um só
e era o temporal,
encharcando [in]certezas
que bailavam sobre sua superfície.

Tanto náufrago,
mas enfim chegou a calmaria
silenciando a fúria que vinha lá de dentro
deixando vir novas embarcações.

As águas estão limpas
mas a praia ainda está suja,
porque vieram as ondas
e cuspiram tudo o que é impermeável.
É que o mar não aceita o que não atravessa
mas quer retirar sem se tornar parte dele.
.
.
.
e mostraram que todo equilibrista precisa de caos.

3 comentários:

  1. Gostei muito. Imagens interessantes, um rico jogo de palavras. Sensibilidade e criatividade.
    Parabéns.
    Um domingo feliz pra vc.
    Beijos.

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  2. Muito legal e criativo esse seu poema. Você realmente tem uma forma muito particular de escrita. Um abraço.

    http://submundosemmim.blogspot.com

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  3. Retirar, sem se tornar parte dele... muito legal!!
    Estar no mundo, mas não ser do mundo.
    Esbarrei neste canteiro de idéias, atraído pela incoerência recíproca de minha alma.
    Seguirei!
    Abraço incoerente em sua alma!!

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Coerentes na incoerência, ou não.
Seja como for, opiniões serão sempre bem-lidas.