quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Iris ou lírios




Aprendeu com o barulho que gosta mais das horas de silêncio e prefere ficar em casa com cabelo bagunçado e cara amassada, tomando chá ao livro. Mas às vezes gosta dos gritos, da rua ao tom dos carros com rádio, ou rádio-carros? Não importa, mas horas, é melhor o cheiro de mato com chocolate na panela. Veja só, tem dia que gosta até de sessão da tarde. Gosta das muitas cores, de sentar na poltrona e sentir o vento soprar. Vento que lhe susurra versos e como um ponto sem pano, vai apontado rumos e se ar_ruma, quer ver o sol se por, vão se as horas, vê-se a moldura do tempo graduando tons.
O problema foi ter aprendido a escala de cinza, porque tem dia de nuvem carregada que não perdoa nenhuma casa. Tem carro com parachoque que não aguenta a calçada. E edifício que não resiste à avião. Foi brincando, então, de variação entre o preto e o branco que descobriu 256 formas de segurar a direção. Mas do que gosta mesmo é da contra-mão e dos dias de arco-íris.
Gosta de se pendurar no arco e seguir a íris.
Do compasso do tempo sem ritmo
E ainda que,
Ao ouvir ao pé do ouvido que às vezes ia passar o brilho,
que o prateado do céu muitas vezes era cadente.
Não se assustar,
porque sempre
terá a flor da próxima estação.
E sol pra secar
o òrgão que alagar com a cheia da maré.
De repente
ri
e sente
a poesia surgir em meio às ondas
e fazer jardim.

Um comentário:

  1. E que o preto e branco ( e todo o seu indecidido cinza) fique de lado, um lado distante, pra ser usado só quando o sol teimar em não aparecer...
    Seu mundo pede cores!
    Deixe de lado os rascunhos minha flor: pinte e borde sem medo, que a vida é feita disso!

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