terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Primeir(único) ato


O cenário era um trilho de trem no meio do nada, rodeado de um tudo compreendido por árvores, pássaros, céu azul e sol esquentando envergonhado. As personagens eram duas amigas. Se toda a natureza gritasse para ouvirmos gritariam Zeca Baleiro anunciando que: "Mais uma vez o dia chega/ Em minha vida/ Como uma chama na selva/ O sol na cama da relva". O drama todo se deu porque a vida só narra a história, mas é preciso que as personagens interpretem seus devidos papéis. E as duas garotas não sabiam o que fazer diante das pessoas quando a dor contracenava grudada nelas, já que esta era tão bem maior a ponto de encher os olhos da plateia que assistia.
Ah, como seria bom se aquela dor desaparecesse! Tão bom seria se os porquês daquilo tudo não existissem mais! Mas isso não ocorreria. O que fazer então? Elas não sabiam. Apenas seguiam em frente. Tinham uma à outra e bastava.
Aquela exuberante
simplicidade do cenário era tão convidativa.
Eis que, por um instante, iluminou mais o sol, a melodia dos pássaros se mostrou mais bela
e as árvores bailaram ao compasso do vento. Tudo se fez colorir mais. Os porquês estavam ali, tão miúdos. Naquele momento infinito por sua própria existência.
Elas aceitaram o convite: saíram andando pelos trilhos, perdendo-se na imensidão dos sorrisos, longe de tudo aquilo que as puxava para baixo o tempo inteiro. Nada mais poderia significar tanto quanto a felicidade que carregavam pelas mãos enquanto penduravam mais uma tarde no varal do coração. Nenhum depois cabia naquele agora, o espaço já estava reservado para a
compreensão de um olhar e a ternura de um carinho.
Agora, as coisas miúdas para o mundo -dos outros- mas imensas para o universo -o delas- faziam todo o sentido, porque naquela tarde elas descobriram que o mais importante são justamente as coisas pequenas. Então, a grande dor que sentiam era complexa demais para a
simplicidade de tudo que sorria.
Elas puderam ver que só executariam seus personagens se lessem menos o roteiro e sentissem mais os seus papéis. Inconstantes como são,
doloridos como são, mas com um sol bem forte, sempre iluminando os trilhos a frente. Trocaram olhares corajosos e pularam no precipício. O público adorou. O teatro foi o vencedor do concurso da cidade, embora não tenham encontrado as atrizes.

Por: Taynara e Camila.

Um comentário:

  1. ...hilos
    hilan
    golondrinas
    sin mas
    simas
    que
    van
    ven
    noches
    de
    retina
    alejandrinas
    que
    dejan
    alejan
    una
    queja
    sortija
    del
    nido
    ido
    para
    no
    volver
    chispas
    tomando
    champan
    al
    verlas
    en su
    cielo
    de
    hielo
    audaces
    revolver...

    desde mis
    HORAS ROTAS
    Y AULA DE PAZ


    TE SIGO TU BLOG




    CON saludos de la luna al
    reflejarse en el mar de la
    poesía...


    AFECTUOSAMENTE:
    A INCOERENCIA DA ALMA


    ESPERO SEAN DE VUESTRO AGRADO EL POST POETIZADO DE CABALLO, LA CONQUISTA DE AMERICA CRISOL Y EL DE CREPUSCULO.

    José
    ramón...

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