sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Poema Sujo

Tanta coisa pra fazer
e a sincera vontade de não fazer nada
Pensamentos que se pudessem
pegariam suas pernas e sairiam correndo.
Sinto em mim o peso de vidas inteiras
e o descompasso de não saber o que fazer.
Da vontade de ser encontrada
sem antes encontrar a mim mesma.
Hoje se eu pudesse,
jogaria tudo que colocaram sobre mim
em um abismo infinito.
E correria pro vale mais distante
pra fazer um trato com minha solidão.
Porque a chuva caindo em uma tarde fria
dói demais quando se está sozinho.
Preciso de um tempo para não pensar, não ver,
não sentir essa puta dor que não entende porque dói tanto.
Mas minha inconstância é grande demais pro equilíbrio.
E os pequenos me disseram que eu não conseguiria
ao menos que decidisse não mais sentir.
Quero então dormir no sono mais profundo
que os mortos jamais ousaram experimentar.
Pra mais tarde voltar a mim.
Pra ser o eu que se perdeu nos meu caminhos.

Um comentário:

  1. 'Sinto em mim o peso de vidas inteiras
    e o descompasso de não saber o que fazer."

    São tantas sensaçoes nas suas poesias!

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